sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Gessinger & Leindecker lançam Pouca Vogal.

Se existe uma fórmula sutilmente clara para seguir adiante com os sonhos, essa talvez envolva a coragem de respeitar o tempo de cada coisa.

Num mundo de atropelos, onde tudo parece possível, veloz é quem sabe respirar.

Pouca Vogal, duo formado por Humberto Gessinger e Duca Leindecker, parece isso, um respiro profundo de alívio por estar nitidamente onde se deveria, fazendo o que se gosta e sem nenhum resquício de ansiedade ou falsas expectativas.

Lançado no histórico 11 de setembro - de forma virtual (acesse o site), o novo projeto dos gaúchos conta com 8 canções divididas em composições em parceria e de cada um deles em separado.
Uma certa dose de acaso permeia este trabalho, e isso cria uma atmosfera simplista, onde as canções ganham força justamente por não estarem envoltas num possível excesso de instrumentos e arranjos.

Pelas quatro primeiras canções disponibilizadas no site, não se pode dizer que houve mudanças significativas no estilo de compor de cada um deles, os temas parecem ainda recorrentes, apesar do frescor das novas canções.

A simplicidade e a variação de instrumentos roubam a cena. Tem bumbo-leguero, midi-pedalboard, viola, violão, piano e harmônica, recheados por belos duos vocais.

Críticos e ouvintes desatentos podem cair facilmente na vala comum ao tentar achar que em termos de composição Pouca Vogal é o terceiro acústico* seguido do Engenheiros do Hawaii, ou o número 8** do Cidadão Quem.

O que se vê é um trabalho maduro, simples e em tons minimais, cantado e tocado com emoção por dois grandes músicos da cena pop nacional que resolveram juntar idéias e tocar algumas canções. Bela parceria.


*Gessinger lançou 2 acústicos seguidos com o Engenheiros do Hawaii nos últimos 4 anos.
** 7 é o nome do último disco do Cidadão Quem.
Materia publicada pelo "blog TRANSITORIAMENTE"

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